quinta-feira, 16 de junho de 2011

Placa imposta




A criança que gostava de comer os biscoitos recheados, tirando o recheio primeiro, se vê não forçada, mas necessitada de se impor aos processos industriais e de “crescimento”, esses já implantados por livros e pelas criações. Homem não chora, mulher lava roupa, Amélia que era mulher de verdade. Quantas evoluções fizeram, quando se vêem tão dependentes de tudo, e as alegrias que antes eram de noites, agora se vendem em latas de leite condensado e boletos bancários pagos até o fim.. No trabalho é uma guerra, em casa é outra guerra, dentro deles se retomam um caos, o silencio é a resposta, o não pensar, o não agir em muitos.

E ainda sim, os sensos de incompatibilidade de sentimentos os tornam tão insensíveis, ao chorar, se usa o termo lágrimas de crocodilo, que choram ao acabar de comer alguma presa. Afirmamos ser real o que vemos, traições em apoio de pecados inscritos por nós mesmos, penúrias de discernimentos, alavancas de madeira que de rústico se torna belo, de material se torna frágil, de presença se torna história. Quão belo se é um mundo vivido por cada pessoa, em cada momento, em cada solução... Ah! Quão abstrato se torna as dores de lembranças.

Cães, que mesmo com toda a comida ao seu redor, com todo conforto e comodidade, querem mais. O sangue não é tão saboroso como antes, as cores já não os saciam mais, o ar de denso se torna insuficiente, com uma respiração tão ofegante quanto de uma corrida por sobrevivência, como se o predador virasse a presa. As imagens se tornam como São Paulo, intituladas pesadas como o Rio de Janeiro, frias como Rio Grande do Sul, caçoadas como o Acre, ignoradas como Amazonas, centralizadas como Distrito Federal e amplas como as montanhas de Minas Gerais.

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