sábado, 13 de novembro de 2010

Cair sorrindo.




Sou aquele cara que pisa em folhas secas, e sempre tem um montinho de fezes embaixo de uma delas.
Atravesso a rua pisando nas faixas brancas apenas do sinal, até que a ultima na verdade é uma vala onde além de cair descubro que a tinta tava fresca.
Aquele que levanta e tenta ajudar um possível cego a atravessar a rua e quando se depara com um trombadinha que te leva tudo de valor.

Sou um rapaz que depois de ter visto que o dia não era dele sorri e senta em um banco confortável que parece ser feito sob medida ao perceber que era um cupinzeiro.
Um rapaz que vai ao hospital e percebe que na verdade do SUS não suporta mais ninguém então ao tentar dar o lugar pra alguém depois de horas esperando, descobre que o bendito filho da mãe, vende lugares na fila por 50,00.

Um rapaz que diz tudo bem quando parece estar tudo bem e de banho tomado quando um ônibus passa em alta velocidade em um calor infernal, e aquela poça de água podre estava apenas te esperando para te tocar.
Um rapaz que sentado em um banco com 7 amigos lanchando de tarde, recebe um presente de um passarinho, um presente gelado, branco e meio gosmento, mas fazer o que, já que era uma probabilidade de 1 em 8.

Sou um rapaz que após tudo isto, ele fecha os olhos sorri, e lembra que estes fatos ocorreram em seu dia de folga em um dia de descanso e lazer.
Sorrir sempre, mesmo que o sorriso seja tentado a cair a todo momento, nunca deixar se bater por coisas pequenas, mesmo que venham insistentemente em periodicidades espantosas continuas.

Sentado no vento






A um senso de proteção, se vê um protegido sorrindo como um bobo, cantarolando em uma chuva chamada garoa, nomeada assim no rio Grande do Sul.
Com um esforço sorrateiro e um sorriso endiabrado, a perspicácia é uma aliada ao me planejar em te fazer sorrir. A barreira do querer te impede de progredir, mesmo parecendo ser um tanque de guerra, já que esta é a sensação, ainda que nunca presenciássemos uma batalha lidando com a morte, invulnerabilidade de uma droga que não faz mal físico, pelo contrario, só te faz gozar de um dos delírios dos viveres que encontramos em cada passinho de bebê que se dá.

Sentado em um banquinho rústico feito na própria arvore que já cicatrizou e não se recorda mais da dor que sofreu a 3 anos atrás, eu vejo o mundo e mordo os lábios para não atirar pedrinhas feitas de argila nas pessoas que por baixo dela passam, fazendo coisas erradas pelas costas dos outros, cantando vantagens de serem amadas, espertas e maduras...
O mesmo vento que soprou em você, chegará em mim com um cheiro mais carregado, não apenas da umidade de uma chuva que se aproxima, mas de doce do perfume, de uma bela loira, que sorri ao ver uma mãe educar seu filho a jogar papel na lixeira, ou um casal de namorados reatando após uma briguinha boba no sinal da esquina da mesma padaria que a visão da arvore se perde. É assim eu vou vendo a cada parte do mundo que a visão da copa desta filha da natureza me permite.
Fazendo de todo possível para protegera madeira do fogo que tentam colocar ao passarem por ela, não entendo se por inveja, ódio ou qualquer sentimento que não me vem a mente nomear para entender as justificativas das pessoas magoarem tanto as outras falando coisas para se vangloriarem. As pedras de Argilas quanto mais tempo passam, mais elas se petrificam, as armas se tornam fortes e perigosas ao se usarem quando o atirador é hábil, novamente, minha boca sangra, por eu não poder dizer as pessoas o quão perigo correm elas sim, sendo fúteis, ao lado de pessoas que percebem, exemplificam e demonstram.
Quantos perdem em não reconhecer o quão frio é o vento de manhã, e o quão leve é a sensação da areia nos pés, o sorriso na boca, um pássaro na árvore, um friozinho na barriga, e um abraço bem apertado. Feliz, os que sentem, mesmo não sabendo explicar sem parecer igual e sempre disperso. Feliz o bobo, pois vence sem saber que venceu.