sábado, 31 de julho de 2010

Passagem.




No barulho, sinto um frio nas pontas dos dedos, como se o patriarca da família fosse chegar com o peru de natal assado em uma bandeja. Todos sorrindo, ao menos um único senhor já de idade que parece estar triste. Ao perguntado o que ouve para em um dia tão especial o mesmo estar quieto ao canto, ouve-se um ruído de desanimo formando as palavras: “ainda tenho esperança”... e ele continua.... “esperança de um dia poder sentir o poder de um Deus enfraquecer a audácia do homem”. Desconhecia qualquer frase do tipo, já que pensava que o homem era tão comum quanto tudo no mundo.

Ironias ao decorrer de cada degrau de uma escada, se passa pelo relógio que não te deixa dormir a noite, em frente ao degrau que range uma sinfonia incomum. Cantarolar uma musica atual do radio, não consigo desprender o pensamento de uma frase tão incomum, dito por alguém que se é julgado, experiente pela idade. Procuro em um livro que pensei ter sonhado uma vez sobre tal passagem dita pelo velho. O caminho de um ponteiro. Passo os olhos até achar uma outra frase que complementava: “...onde deixei minhas asas quando retirei para não assustar os homens...” nada parece fazer sentido se ao pensar que um mundo se desprende em uma cadeira em que todos somos acorrentados ao chão, sem poder sonhar com uma dimensão mais real do que a nossa.

Então inventemos o show de luzes para cegar os doidos. Porque a sensação de incompreensão ainda bate como uma pulsação incomum.

domingo, 18 de julho de 2010

Não se preocupe.



Voar pelo céu cinza, perfurando nuvens atrás de nuvens, quebrando uma ilusão de que não é algodão doce, que desfaz em um paladar. A cor camuflaria um desejo sucinto de nostalgia. Ao usar um pedaço de sua boca, eu apresentarei a quem te busca sem ver, apenas ao sentir este tom que marca como tinta em um papel amassado. Pode-se até descartar um carinho, mas não descartaria algo que te marca a ferro, porque é algo que não sai.


Sair sem sua pele será o mesmo de que organizar varias linhas coloridas, entrelaçadas entre si. A rabeira aumenta a cada dia, a cada ar que entra no corpo, e uma força sagaz que te sacode em uma corda, que temos ilusão de estar bamba, mas é uma plataforma que se esconde atrás do céu, que agora não está mais cinza, e sim negro e molhado, por isto não a vemos.


Percebi que saiu ontem a noite, teu calor sumiu do meu lado direito do corpo, talvez estaria fazendo um café, ou uma caminhada matutina para uma padaria, agora vejo que estava compondo, compondo sua própria vida que parece que mesmo eu sorrindo não irei fazer parte dela, mas terei o rosto marcado em algum canto no meio de uma multidão sorridente onde tem todas as raças, cores e classes. Por que não, imaginar que você está me eternizando para poder encarar de frente quando conseguir me fazer ter um calafrio e arrepios por um abraço sorrateiro de prazer, que me fará de despedida.

quinta-feira, 15 de julho de 2010

E eu acho que gosto mesmo de você.





Convencer do contrario, eu não minto que poderia ser até fácil, porque você sabe do que eu gosto. Não me entenda mal, eu mal posso esperar você voltar pra casa. Ao invés de andar longe por aí, ao invés de nenhum lugar pra pousar, posso esperar você voltar pra casa. Você jura que você não se lamenta de nada mesmo? Isto poderia te levar de volta para baixo, mas tem algo que você disse que não pode ser desfeito: Melhor continuarmos assim e simplesmente segurar o sorriso, apaixonando e desapaixonando.

Você nunca pode dizer nunca, se apenas eu soubesse o que sei, eu faria questão de dize-lo. Será que eu realmente perdi meu caminho ou você está com medo? Você foi a música tocando ao fundo o tempo todo, mas você está aparecendo agora e todos estão ansiosos para conhecê-la, comprimentá-la. Diga quando e as minhas duas mãos irão consolá-la esta noite, diga quando e os meus dois braços irão carregá-la.

Eu estou olhando para o que foi uma parede separando Leste e Oeste, agora eles se encontram no meio da ampla luz do dia, então isso é onde você está, e isso é onde eu estou, em algum lugar entre a insegurança e cem. Tentando não perder minha cabeça eu nunca estive amedrontado antes dizer a você o que fazer ao invés disso, meu corpo deitado no chão. Mas é assim que a história acaba, ou apenas tem um começo para beijar a diferença.

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Selvagem





Te querer passou a doer, desde que os momento bons nos prendem como raízes que aos poucos se fixam em nosso corpo. Não preciso continuar cultivando algo que não sai mais. Já existe e é real, mas falta em mim a sede de um água que você sugou, falta a luz em que você cresceu e o lugar que ocupou.

Talvez em pular de um prédio bem alto tiraria a ansiedade ruim com um frio na barriga e o medo de morrer, com um cisco que entrar em meu olho eu usarei como desculpa para falar que eu não choro e sim sou forte para te proteger.

Com o pé quebrado, eu o direciono para traz, onde você não verá para tropeçar ou parar sua atenção para mim, mas um suspiro talvez te preocupe, mas não se ligue, não foi um soluço de dor, foi apenas o eco em quando eu olhar para você.

Eu vou gritar em um beco com tijolos mofados que eu não consigo mais respirar.Quanto mais engolir até regurgitar?