sábado, 31 de julho de 2010

Passagem.




No barulho, sinto um frio nas pontas dos dedos, como se o patriarca da família fosse chegar com o peru de natal assado em uma bandeja. Todos sorrindo, ao menos um único senhor já de idade que parece estar triste. Ao perguntado o que ouve para em um dia tão especial o mesmo estar quieto ao canto, ouve-se um ruído de desanimo formando as palavras: “ainda tenho esperança”... e ele continua.... “esperança de um dia poder sentir o poder de um Deus enfraquecer a audácia do homem”. Desconhecia qualquer frase do tipo, já que pensava que o homem era tão comum quanto tudo no mundo.

Ironias ao decorrer de cada degrau de uma escada, se passa pelo relógio que não te deixa dormir a noite, em frente ao degrau que range uma sinfonia incomum. Cantarolar uma musica atual do radio, não consigo desprender o pensamento de uma frase tão incomum, dito por alguém que se é julgado, experiente pela idade. Procuro em um livro que pensei ter sonhado uma vez sobre tal passagem dita pelo velho. O caminho de um ponteiro. Passo os olhos até achar uma outra frase que complementava: “...onde deixei minhas asas quando retirei para não assustar os homens...” nada parece fazer sentido se ao pensar que um mundo se desprende em uma cadeira em que todos somos acorrentados ao chão, sem poder sonhar com uma dimensão mais real do que a nossa.

Então inventemos o show de luzes para cegar os doidos. Porque a sensação de incompreensão ainda bate como uma pulsação incomum.

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