domingo, 18 de julho de 2010

Não se preocupe.



Voar pelo céu cinza, perfurando nuvens atrás de nuvens, quebrando uma ilusão de que não é algodão doce, que desfaz em um paladar. A cor camuflaria um desejo sucinto de nostalgia. Ao usar um pedaço de sua boca, eu apresentarei a quem te busca sem ver, apenas ao sentir este tom que marca como tinta em um papel amassado. Pode-se até descartar um carinho, mas não descartaria algo que te marca a ferro, porque é algo que não sai.


Sair sem sua pele será o mesmo de que organizar varias linhas coloridas, entrelaçadas entre si. A rabeira aumenta a cada dia, a cada ar que entra no corpo, e uma força sagaz que te sacode em uma corda, que temos ilusão de estar bamba, mas é uma plataforma que se esconde atrás do céu, que agora não está mais cinza, e sim negro e molhado, por isto não a vemos.


Percebi que saiu ontem a noite, teu calor sumiu do meu lado direito do corpo, talvez estaria fazendo um café, ou uma caminhada matutina para uma padaria, agora vejo que estava compondo, compondo sua própria vida que parece que mesmo eu sorrindo não irei fazer parte dela, mas terei o rosto marcado em algum canto no meio de uma multidão sorridente onde tem todas as raças, cores e classes. Por que não, imaginar que você está me eternizando para poder encarar de frente quando conseguir me fazer ter um calafrio e arrepios por um abraço sorrateiro de prazer, que me fará de despedida.

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