sábado, 13 de novembro de 2010

Sentado no vento






A um senso de proteção, se vê um protegido sorrindo como um bobo, cantarolando em uma chuva chamada garoa, nomeada assim no rio Grande do Sul.
Com um esforço sorrateiro e um sorriso endiabrado, a perspicácia é uma aliada ao me planejar em te fazer sorrir. A barreira do querer te impede de progredir, mesmo parecendo ser um tanque de guerra, já que esta é a sensação, ainda que nunca presenciássemos uma batalha lidando com a morte, invulnerabilidade de uma droga que não faz mal físico, pelo contrario, só te faz gozar de um dos delírios dos viveres que encontramos em cada passinho de bebê que se dá.

Sentado em um banquinho rústico feito na própria arvore que já cicatrizou e não se recorda mais da dor que sofreu a 3 anos atrás, eu vejo o mundo e mordo os lábios para não atirar pedrinhas feitas de argila nas pessoas que por baixo dela passam, fazendo coisas erradas pelas costas dos outros, cantando vantagens de serem amadas, espertas e maduras...
O mesmo vento que soprou em você, chegará em mim com um cheiro mais carregado, não apenas da umidade de uma chuva que se aproxima, mas de doce do perfume, de uma bela loira, que sorri ao ver uma mãe educar seu filho a jogar papel na lixeira, ou um casal de namorados reatando após uma briguinha boba no sinal da esquina da mesma padaria que a visão da arvore se perde. É assim eu vou vendo a cada parte do mundo que a visão da copa desta filha da natureza me permite.
Fazendo de todo possível para protegera madeira do fogo que tentam colocar ao passarem por ela, não entendo se por inveja, ódio ou qualquer sentimento que não me vem a mente nomear para entender as justificativas das pessoas magoarem tanto as outras falando coisas para se vangloriarem. As pedras de Argilas quanto mais tempo passam, mais elas se petrificam, as armas se tornam fortes e perigosas ao se usarem quando o atirador é hábil, novamente, minha boca sangra, por eu não poder dizer as pessoas o quão perigo correm elas sim, sendo fúteis, ao lado de pessoas que percebem, exemplificam e demonstram.
Quantos perdem em não reconhecer o quão frio é o vento de manhã, e o quão leve é a sensação da areia nos pés, o sorriso na boca, um pássaro na árvore, um friozinho na barriga, e um abraço bem apertado. Feliz, os que sentem, mesmo não sabendo explicar sem parecer igual e sempre disperso. Feliz o bobo, pois vence sem saber que venceu.

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